Candidatura de Júlio Campos


Uma candidatura de risco


Eleições 2008 em Várzea Grande - Júlio Campos está de volta à política. Aliás, ele nunca a abandonou, apenas hibernou um pouco ao exercer um cargo burocrático. Fala-se muito na sua candidatura à prefeitura de Várzea Grande. É uma candidatura de risco.

Se o Júlio perde a eleição enterra num ato só sua volta à política. E aquela não é uma eleição ganha antecipadamente. Alguns dados talvez ilustre isso.

Murilo Domingos, mesmo na situação atual, já parte numa eleição de um patamar entre 20 e 30% de votos. Ele é do PR, partido do governador. Este partido quer se fortalecer na eleição deste ano para ter candidatura própria ao governo ou negociar posições políticas numa situação confortável. Não vai querer ficar de fora da eleição no segundo colégio eleitoral do estado. É besteira acreditar que será negociada a candidatura do Murilo com o DEM em troca de algo futuro ao PR.

Luiz Pagot sonha em sair candidato ao governo, vai querer ajudar o Murilo. E empreiteiros de obras públicas gostam de ajudar quem está em posição como a do Pagot.

Não é só isso: com as obras de saneamento do PAC em V. Grande , a administração Murilo vai ter a boa vontade em ajuda financeira de quem ganha as obras. Essas empresas vão querer que ele continue na prefeitura. Teme que ao entrar outro, mesmo as obras já sendo suas, o novo prefeito invente problemas para eles no futuro.

O Murilo também começou a desenvolver forte trabalho de marketing. Colocou seu escudeiro, J. Missias, no comando dessa ação. Sua aceitação eleitoral deve subir.

Maksuês Leite, com um estilo popular, conseguiu penetrar no estrato mais pobre da população do município. Pode ser uma surpresa para cima ou para baixo. Se for para cima, é difícil segurá-lo. Ele tem condições de, por exemplo, passar para as pessoas que não é bom para o município o domínio político por uma só família.

Júlio está fora da política desde 1998. Outros preencheram o espaço na terra de Jaime Campos, nome que alguns querem machucar para a eleição de 2010. E podem fazer isso através do irmão. Uma derrota do Wallace Guimarães atingiria menos o Jaime do que se fosse a do irmão. Não se pode esquecer que o Jaime perdeu a última eleição ali.

Tendo em vista 2010, se o Jaime arregaçar as mangas elege o irmão. Mas não vejo vantagem em votos para o Jaime com o Júlio estando ou não na prefeitura. Ou alguém imagina que o Jaime, com o sem Júlio, não seria bem votado em 2010 em V. Grande ? Qual a vantagem eleitoral para ele ter o Júlio num cargo complicado?

Pensando em 2010, se o Júlio ganhar a prefeitura, o Jaime vai ter que conseguir recursos para viabilizar sua administração. Um suposto fracasso administrativo do irmão é que talvez respingue na sua intenção para 2010. Quase não se vê vantagens política e eleitoral na candidatura do Júlio.

Ele, além disso, já foi governador e senador. Será que teria prazer em enfrentar uma administração de coisas do cotidiano como falta de água, esgoto, ruas sem asfalto, greve de professores? Ou ele está mais apto e preparado para alguma função eletiva em Brasília? Todos que converso acham mais concreta a segunda hipótese.

Tem gente que acha que o Júlio pode ir para a candidatura à prefeitura para observar sua popularidade na volta à política e, se der certo, dois anos depois sair candidato a um cargo parlamentar. Pode até ser. Em política até boi voa.

Mas continuo a achar que é um risco. Se ganhar bem, abrem-se portas. Se ganhar mal, fecham-se algumas. E se perder, praticamente inviabiliza sua volta à política e a ida para Brasília.

No retorno das férias a bola de cristal se mostra cheia de novidades. E lê-se nela sinais de cautela sobre a candidatura do Júlio à prefeitura do vizinho do outro lado da ponte.

Fonte: Alfredo da Mota Menezes
E-mail : pox@terra.com.br

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