Parque do Lago, perto e ao mesmo tempo longe de tudo.
O grande
Parque do Lago é um dos maiores bairros de
Várzea Grande, e como tal sofre o abandono dos administradores deste município. Só para citar alguns dos sérios problemas, o loteamento do Jardim
Maringá III até hoje não tem documentação. O asfalto de toda a região está deteriorado, é o chamado casca de ovo, não suporta mais tantos buracos. O centro do
Grande Parque do Lago tem uma área que a sociedade reivindica a construção de uma praça poliesportiva, com várias quadras, academia da saúde, pista de skate, pista para caminhadas, espaço para eventos, dotar a área arborizada do local um ponto de encontro da sociedade, principalmente aposentados, onde pode ocupar o tempo com jogos de meses e outras atividades está um completo matagal, ali é descartado todo tipo de lixo, animais mortos, pessoas são assaltadas, ponto de esconderijo e ataques que marginais e usuários de drogas. Esse colonhão com toda carga de lixo está praticamente adentrando a Policlínica e ao Ginásio de Esportes localizados no referido espaço. O que chamam de
praça na verdade nunca foi, o
Grande Parque do Lago não tem praça, o local além de ser cercado de matagal, a iluminação é quase inexistente, não tem bancos, os canteiros de gramas estão acabando pois não são regados no período de estiagem, o abandono é total, e sempre foi assim. Para tornar-se uma praça onde as famílias possam usar é necessário acabar com o que existe e fazer um projeto decente com execução completa, e não como os prefeitos de
Várzea Grande tem feito até agora com essa população trabalhadora, que paga impostos e são zombados por esses pseudos administradores.
O Povo do Grande Parque do Lago quer uma praça pra chamar de sua. (Foto ilustrativa)
Tem a questão do abastecimento de água, pois vivemos num racionamento a mais de 30 anos, só chega água nas torneiras num intervalo de 48 horas, e permanece no máximo 6 horas. Isso sim é
racionamento! O povo de São Paulo ainda reclama por ficar algumas horas do dia sem água.
Por não conformarmos com essa situação vergonhosa e não aceitamos a pecha omissos e acomodados é que publicamos na íntegra o artigo do professor Alfredo da Mota Menezes, pois concordamos com ele completamente.
Várzea Grande tem 250 mil habitantes, segunda mais populosa cidade do Estado. Ali se tem também o segundo colégio eleitoral, 180 mil eleitores.
Tem hoje o terceiro orçamento das cidades do estado, antes era segundo, foi suplantada por Rondonópolis.
Em saneamento, a cidade está na posição 97 entre as cem maiores do país. Se não tivessem matado o projeto BID-Pantanal, a cidade poderia ter um sistema de esgoto mais adequado.
O projeto previa tratamento de esgoto para cidades que poluem o Pantanal.
Em educação, em aferições diferentes, Várzea Grande está nos últimos lugares no estado. Saúde é também precária.
Não é mais ainda porque parte da população dali vem para Cuiabá para atendimento médico.
Muita gente, principalmente do Cristo Rei, prefere atravessar a ponte Sérgio Mota e ser atendido pelo setor de saúde da capital.
Várzea Grande está na beira do rio Cuiabá e tem mais de 80 poços artesianos. A malha viária urbana talvez seja a mais deteriorada de todo o estado.
Prefeitos dali, mesmo nos momentos de bonança política, faziam asfalto casca de ovo para atingir o maior número de rua possível e ajudar na próxima eleição.
A deterioração atual do asfalto vem, em grande parte, dessa suposta sabedoria política.
Poço artesiano era outra maneira de ganhar o eleitor de uma dada região.
A vivência política dali era da jogada esperta, tapinha nas costas, compadrio. Quase ninguém pagava (e ainda não paga) IPTU porque prefeitos não queriam perturbar o eleitor.
Tinha político que quitava as contas de água do eleitor como uma maneira de conseguir mais votos.
Outros nem quitavam com dinheiro, mas no arranjo com quem dirigia o setor da água.
Com um orçamento daquele, sem ter zona rural para tomar conta, a cidade poderia ser um modelo em educação, saúde, saneamento e ter asfalto de qualidade em suas ruas.
Se ela oferecesse serviço apropriado parte do boom imobiliário de Cuiabá teria chegado a Várzea Grande também.
Além do terceiro orçamento do estado, a cidade com o eleitorado que tem deveria receber muitas emendas parlamentares. Nem isso tem ocorrido.
Para atrapalhar ainda mais a vida das pessoas dali,não cessa a briga política.
Um grupo perde a eleição e procura atazanar a vida política e administrativa do outro. Entra outro grupo e o outro vai fazer oposição ferrenha.
Com os problemas que já tem seria difícil administrar a cidade se tudo corresse normal na política. Com políticos brigando e atrapalhando, a coisa chegou onde chegou.
O pior que está ocorrendo, segundo muitos várzea-grandenses, é a diminuição da autoestima da população local.
Uma liderança hoje teria como função maior tentar puxar isso para cima.
Se essa autoestima não melhorar, com população desacorçoada por tantas mazelas, a descida ladeira abaixo da cidade deve continuar.
ALFREDO DA MOTA MENEZES é historiador e articulista político em Cuiabá.
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